domingo, 4 de dezembro de 2011

Pesquisa sobre interatividade - Artistas (Grupo 7)

Lygia Clark (Belo Horizonte, 1920 – Rio de Janeiro, 1988).

Lygia Clark é uma das fundadoras do Grupo Frente, em 1954: dedicando-se ao estudo do espaço e da materialidade do ritmo, ela se une a Décio Vieira, Rubem Ludolf, Abraham Palatnik, João José da Costa, entre outros, e apresenta as suas “Superfícies Moduladas, 1955-57” e “Planos em Superfície Modulada, 1957-58”. Estas séries deslocavam a pintura para longe do espaço claustrofóbico da moldura. É o que Lygia queria como linha-luz, como módulo construtor do plano. Cada figura geométrica projeta-se para além dos limites do suporte, ampliando a extensão de suas áreas. Lygia ainda participa, em 1954, com a série “Composições”, da Bienal de Veneza – fato que se repetirá, em 1968, quando é convidada a expor, em sala especial, toda a sua trajetória artística até aquele momento.

Lygia Clark deixa de lado a matéria dura (a madeira), passa pelo metal flexível dos “Bichos” e chega à borracha na “Obra Mole, 1964”. A transferência de poder, do artista para o propositor, tem um novo estágio em “Caminhando, 1964”. Cortar a fita significava, além da questão da “poética da transferência”, desligar-se da tradição da arte concreta, já que a “Unidade Tripartida, 1948-49”, de Max Bill, ícone da herança construtivista no Brasil, era constituída simbolicamente por uma fita de Moebius. Esta fita distorcida na “Obra Mole” agora é recortada no “Caminhando”. Era uma situação limite e o início claro de num novo paradigma nas Artes Visuais brasileiras. O objeto não estava mais fora do corpo, mas era o próprio “corpo” que interessava a Lygia.

>> Mais informações em:  http://www.lygiaclark.org.br/biografiaPT.asp


 Alexander Calder (22/07/1898, Nova York, 11/11/1976)

De 1931 datam as suas primeiras construções abstratas, nitidamente influenciadas por Mondrian. Os primeiros móbiles são de 1932. Calder ocupa lugar especial entre os escultores modernos. Criador dos stabiles, sólidas esculturas fixas, e dos móbiles, placas e discos metálicos unidos entre si por fios que se agitam tocados pelo vento, assumindo as formas mais imprevistas – a sua arte, no dizer de Marcel Duchamp, “é a sublimação de uma árvore ao vento”.
Calder foi o primeiro a explorar o movimento na escultura e um dos poucos artistas a criar uma nova forma – o mobile. Nos últimos anos mantinha um estúdio em Saché, perto de Tours e embora vivesse aí a maior parte do tempo, conservou sua fazenda de Roxbury, Connecticut, comprada em 1933, e que se tornara um verdadeiro repositório de trabalhos e objetos feitos por ele – desde os andirons espiralados da lareira rústica até às bandejas feitas com latas de azeite italiano.

Abraham Palatnik (Natal RN 1928)

Estudou em Telaviv, nas escolas Herzlla e Montefiori, esta última de especialização em motores de explosão. Estudou pintura e história da arte no ateliê de Aron Ani, escultura com Sternshus e estética com Dr. Shor. Em 1948, continua sua orientação estética no Brasil com Mário Pedrosa. Em 1949, inicia pesquisas no campo da luz e do movimento. Expõe seu primeiro aparelho cinecromático na 1ª Bienal Internacional de São Paulo (1951), obtendo menção especial do júri internacional. De 1953 a 1955, participou do grupo Frente, envolvendo-se nas discussões sobre arte abstrata. Já nos anos 60, começou a produzir máquinas artísticas, nas quais peças coloridas ganham movimentos inusitados em função de um complexo sistema de motores e engrenagens.

Dedicou-se à solução de problemas técnicos e desenho industrial, desenvolvendo processos de controle visual e automático em indústrias. Em 1963, obteve o copyright para sua invenção de um jogo de percepção: Quadrado Perfeito. Em 1997, participou da 1ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Seu reconhecimento é internacional.

IMPORTÂNCIA DE SUA OBRA

Palatnik foi um artista, um inventor, um revolucionário. Em 1951, seus trabalhos com aparelhos cinecromáticos quase não puderam participar da 1ª Bienal Internacional de São Paulo pois não sabiam em que categoria inscrevê-los. Acabaram entrando como pintura/escultura e receberam um prêmio especial de pesquisa. Os trabalhos de Palatnik já foram expostos em várias mostras no Brasil e no mundo. Ele inventou desde um novo jogo (misto de xadrez e damas) até um aparelho de descascar coco babaçu sem ferir a amêndoa. Passou do estudo da mecânica dos motores de explosão para a pesquisa de arte com a maior naturalidade, pois considerava a arte como um estágio natural da especulação científica. Dizia que a natureza nos rodeava de toda sorte de informações e que ele estava sempre procurando na natureza as suas informações mais secretas. É considerado um dos pioneiros da arte cinética.


O Grivo

Em fins de 1990 O Grivo realizou seu primeiro concerto em Belo Horizonte, iniciando suas pesquisas no campo da “Música Nova”. Interessado na expansão do seu universo sonoro e na descoberta de maneiras diferentes de organizar suas improvisações, o grupo vem desenvolvendo sua linguagem musical. Em função da busca por “novos” sons e por possibilidades diferentes de orquestração e montagem, O Grivo trabalha com a pesquisa de fontes sonoras acústicas e eletrônicas, com a construção de “máquinas e mecanismos sonoros”, e com a utilização, não convencional, de instrumentos musicais tradicionais.
Em consequência desta pesquisa, que leva ao contato com os objetos e materiais mais diversos, cresce a importância das informações visuais e da sua organização nas montagens do grupo. A isto se soma um diálogo, também ininterrupto, com o cinema, vídeo, teatro e a dança. Nas instalações / concertos o espaço de fronteira e interseção entre as informações visuais e sonoras é o lugar onde se constrói nossa experiência com conceitos como textura, organização espacial, sobreposição, perspectiva, densidade, velocidade, repetição, fragmentação, etc.

Arthur Ganson
Renomado escultor cinético. Ganson faz demonstrações de arte mecânica e máquinas de Rube Goldberg com temas existenciais. Ganson tem residido em museus de ciência, colaborou com o Movimento Teatro Studebaker, e foi apresentado em exposições individuais no Museu MIT, Harvard Carpenter Center, o Museu DeCordova  e a Galeria Ricco / Maresca em Nova York. Ele tem uma instalação permanente no Salão Nacional de Inventores da Fama em Akron, Ohio. Ganson é caracterizado na entrada para o Centro de Lemelson para o Estudo da Invenção e Inovação localizado no Smithsonian Institution 's Museu Nacional de História Americana , no National Mall em Washington DC .
Além disso, Ganson deu apresentações à convidados sobre o seu trabalho no TED conferência, e na Fundação Agora Longo . Ganson era um artista-em-residência no departamento de Engenharia Mecânica da Massachusetts Institute of Technology , e alguns de seus trabalhos foram em exposições permanentes desde 1995 na exposição de Engenharia gestual [1] no Museu do MIT em Cambridge , Massachusetts .

Theo Jansen (14 de março de 1948) 

Artista holandês e escultor cinético. Suas obras são uma fusão de arte e engenharia , em uma companhia de carro (BMW) televisão comercial Jansen diz: "Os muros entre arte e engenharia existem apenas em nossas mentes. " Ele se esforça para equipar suas criações com seus próprios inteligência artificial para que eles possam evitar obstáculos mudando claro que quando um é detectado, como o próprio mar.

Guto Lacaz - Design artesanal como meta

Lacaz faz parte de uma geração de profissionais que se tornaram designers por destino e vocação. “Até eu me formar, não se ouvia falar em escolas de design gráfico, só a ESDI (Escola Superior de Desenho Industrial) do Rio. As pessoas faziam gráfica, ou faziam de uma forma autodidata ou vinham da arquitetura, um curso que oferece várias especialidades”, justifica. Ele conta que, na época em que estudou arquitetura, o currículo abrangia cinema, fotografia, música, desenho artístico, comunicação visual, desenho industrial, arquitetura e planejamento urbano. “Você podia desenhar uma cidade ou uma colherzinha de café. O estudante tinha capacidade de projetar em qualquer área da criação”. Como não apareceu trabalho em arquitetura e gostava de desenhar, Lacaz acabou entrando para a área gráfica.
Em 1979, Lacaz conheceu Ricardo Van Steen e Rafic Farah. Juntou os dois ao já amigo Mário Cafiero. “Sempre gosto do trabalho deles. É por onde me oriento”, conta. Porém, Guto Lacaz firmou-se como profissional autônomo. Ao mesmo tempo em que são amigos, são egos fortes. “Sempre houve troca e estímulo entre nós, mas trabalhar em um mesmo projeto só dava certo quando separávamos as funções e o Farah dizia: Steen, quero que você faça esse pedaço. Guto, faça a ilustração”, revela.